terça-feira, 9 de agosto de 2011

Henrique Inácio, produtor, ex-baixista e dono de um estúdio - Henrique Inácio, producer, former bassist and owner of one studio

Henrique Inácio e Bi Ribeiro
Henrique Inácio fez parte do Grupo Plano Focal que atuou no Brasil na década de 80. Hoje é produtor e tem um estúdio para ensaios e gravações de bandas.

Nesta entrevista exclusiva ele fala sobre sua visão da música, sua vida profissional, enfim, se diz por inteiro.

Henrique, fale um pouco do seu estúdio, nome, local, faturamento, quantas bandas já ensairam aí, quantos discos foram gravados, qual a aparelhagem enfim, dê uma geral para o nosso leitor do Henrique dono de um estúdio?

Henrique Inácio - O Brasília Estúdios fica na CLSW 304, Bloco C Loja 33 tel: 30338855, por lá já passaram diversos artistas de diversos gêneros musicais, já gravamos lá o pessoal do gospel, do samba, sertanejo e do rock, nossos amplificadores são da marca meteoro, mic’s LeSon, Shure, Beringer, e usamos para gravação os programas cubase e Nuendo, mesa Makie 16 canais., placa DSP (efeitos e mixagem).

Há espaço ainda, depois da adoção do Home Studio, para estúdios com pagamento hora a hora. Isso não é atividade do passado?

Henrique Inácio - Existe espaço para todos. O Home Studio é ótimo, mas quando se pensa em espaço para ensaios/gravação um Studio sai na frente, principalmente se pensarmos em localização, disponibilidade, estrutura, etc.

Quais são seus músicos preferidos e porque os distingue?

Henrique Inácio - É uma lista grande. Sou muito eclético, acho que por minha formação musical, desde muito cedo ouvia muito rádio e também estudei no Instituto de Música de Brasília o que me proporcionou uma visão abrangente da música.E claro, nesta questão está envolvida a sensibilidade, referência, percepção e principalmente o som que te toca, sem isso a compreensão e fruição musical fica árida e desvinculada do seu escopo.

Quais os músicos que estão inovando a música mundial em sua opinião?

Henrique Inácio - Hoje, com o advento da internet, muitos artistas podem se revelar e mostrar seus trabalhos sem o empecilho de ter empresário, gravadora, a parte business mesmo, a música se tornou um arquivo. Nesta visão atual, a qualidade e/ou gosto pessoal fica repartido, tenho ouvido algumas coisas bem interessantes. Artistas locais e nacionais, gosto muito da Rita Ribeiro, do Lenine, Zeca Baleiro, e ouvi recentemente o trabalho do rapper Criollo. Aqui em Brasília sempre aparece uma novidade, creio que pela quantidade e qualidade dos músicos e artistas. Recentemente ouvia a banda Seu Vicente, Suíte Super Luxo, Sáurios, todas com um trabalho bacana. Tenho escutado também algumas coisas de fora como: Muse, Foo Figthers. E muita coisa das antigas, sou um saudosista de carteirinha (risos).

E o Henrique músico, baixista, porque parou? Aproveite e fale da Banda Plano Focal?

Henrique Inácio - É engraçado, a gente acha que vai se desligando da coisa e quando percebe acaba cada vez mais envolvido, comigo foi assim, parei de tocar contrabaixo e durante um tempo fiquei só cantando. Daí, parei completamente, fui trabalhar com transporte e cursei a faculdade de comunicação, mas acho que a coisa da música já estava no DNA e na primeira oportunidade me bandeei para a produção musical e eventos e em decorrência assumi o BSB Estúdios. Agora o Plano Focal é outra estória, aliás, muita estória para pouco papel... (risos), ao invés de falar, bom mesmo é ouvir essa banda que até hoje é lembrada em rodas de amigos e músicos daqui de BSB, como uma referência na coisa do progressivo, clássico, jazz fusion, uma vertente inusitada do Rock Brasília.

O Brasil, seus governantes, apoiam a música com verbas, linhas de crédito, patrocínio, enfim, aborde esta questão por inteiro?

Henrique Inácio - Os modelos que temos hoje estão sendo revistos, reconfigurados pelo MINC, a Lei Rounet e aqui em Brasília o FAC precisam e estão mudando. O Brasil ainda tem muito que avançar na questão da cultura e das verbas depositadas neste paradigma, que é essencial para que tenhamos uma nação que realmente valorize o artista e seu povo. Vejo a questão do patrocínio/mecenato com certo apreço, mas sou muito cuidadoso em dizer que as empresas têm mesmo um viés cultural. O marketing cultural está aí para provar que a coisa tomou novos rumos para o bem ou para o mal. E como é difícil para o produtor e/ou artista conseguir um patrocínio, é uma batalha diária, sei disso há muito e percebo que aquela velha frase é cada vez mais verdadeira “Depois que o leão está morto todo mundo vira caçador.” Isso tudo somado à desunião da classe e à lei do cada um por si., retrata a cena artístico brasiliense e também o cenário nacional de forma comprometedora e perigosa. Haja vista a quantidade de pseudo-espetáculos musicais patrocinados pelas mesmas empresas sempre usando e abusando das mesmices e idiotices populares.

Há uma união entre produtores, donos de estúdio, eles ajudam uns aos outros ou o mercado é carnívoro, é um comendo o outro?

Henrique Inácio - É como disse acima, lei da selva aplicada ao meio ambiente nosso. Com raras exceções. Mas já foi pior, agora a coisa parece que está mudando de figura, com o aumento de espaços, de casas noturnas e pela chegada de uma moçada nova que deu gasolina para o mercado musical brasiliense. Vejo com entusiasmo o movimento de revitalização da música e percebo que somente com este espírito poderemos fazer a diferença e pensar em mudar algo.

Quais os teus planos atuais enquanto produtor e proprietário de um estúdio?

Henrique Inácio - Eu atualmente estou com um projeto aprovado pelo PRONAC - Lei Rounet e buscando patrocínio junto a diversas empresas, bancos, etc. Já reformulei este projeto diversas vezes para participar das seleções de projetos.
Quanto ao estúdio, ele assumiu designação de Agência Musical com o intuito de fazer valer o que está em seu contrato social. Produção, ensaios, gravações e eventos musicais. Tenho verificado que a parte da produção tem me dado um bom retorno e visibilidade. E estou querendo fazer uma reforma no estúdio para dar mais espaço para os músicos aproveitando melhor a área dele.

E a mídia apoia a produção independente musical brasileira?

Henrique Inácio - É um caso sério, pouco são as mídias e com agenda cultural muito curta. Em minha opinião todas as tv’s e rádios deveriam ter um programa diário voltado à cultura em geral, a exemplo do que acontece com o esporte.

Dê sua visão sobre a ECAD e a Ordem dos Músicos?

Henrique Inácio - O ECAD está sob investigação e a OMB acaba de levar uma saia justa com a desobrigação do músico de tirar a carteira. O ECAD/OMB sempre me pareceram um sumidouro de dinheiro, sou amigo de Sidney Sheikor o atual presidente da Ordem e sei que ele é bem intencionado, inclusive já trabalhei com e tenho trabalhado, mas a realidade é que ele pegou um grande abacaxi, desejo sorte e cabeça para ele, e desde que me conheço como músico estas autarquias sempre me pareceram mais preocupadas em arrecadar do que verdadeiramente representar o artista.

Alguma coisa ficou pendente que gostaria de colocar nesta entrevista?

Henrique Inácio - Agradeço muito Anand, esta oportunidade de trocarmos ideias que podem ser o cerne de alguma mudança futura e também por poder apresentar aos leitores um pouco do Brasília Estúdios e do nosso trabalho. E quem quiser saber mais pode enviar um email ou visitar o blog:


Redação
Música no Detalhe

English Version Google

Henry Ignatius was part of the Focal Plane Group who worked in Brazil in the 80s. Today is a producer and has a studio for rehearsals and recordings of bands.

In this exclusive interview he talks about his vision of music, his professional life, in short, is said in full.

Henry, please tell us about your studio name, location, billing, how many bands have rehearsed there, how many records were recorded, the apparatus which finally gives a general reader of our Henry owner of a studio?

Henry Ignatius - The studio is located in Brasilia CLSW 304, Block C Shop 33 Tel: 30338855, there has already spent several artists from different musical genres, we've recorded there the staff of the gospel, samba, swing and rock, our amplifiers are the brand meteor LeSon's mic, Shure, Beringer, and we use to write programs Cubase and Nuendo, table Makie 16 channels., card (DSP effects and mixing).

There is still space after the adoption of home studio to studio with pay by the hour. This activity is not the past?

Henry Ignatius - There is room for everyone. The Home Studio is great, but when it comes to rehearsal space / recording a Studio comes out ahead, especially if we think about location, availability, structure, etc..

What are your favorite musicians and why the distinction?

Henry Ignatius - is a big list. I'm very eclectic, I think for my musical education from early radio and listened very well studied at the Institute of Music of Brasilia which gave me a comprehensive view of music.The course, this issue is the sensitivity involved, reference, perception and particularly the music that touches you, without that understanding and enjoyment of music is dry and detached from its scope.

What the musicians are innovating the music world in your opinion?

Henry Ignatius - Today, with the advent of the Internet, many artists can reveal and show their work without the hindrance of having an entrepreneur, record company, the business part of it, the song became a. In this current view, the quality and / or personal taste is broken, I have heard some very interesting things. Local and national artists, much like Rita Ribeiro, the Lenine, Zeca Baleiro, and I recently heard the work of the rapper Criollo. Here in Brasilia there always is some novelty, I think the quantity and quality of musicians and artists. His band recently listened to Vicente, Super Luxury Suite, dinosaurs, all with a cool job. I have also heard some things out like: Muse, Foo Figthers. And a lot of old, nostalgic'm a card-carrying (laughs).

And Henry musician, bassist, because he stopped? Enjoy and talk of the Band Focal Plane?

Henry Ignatius - It's funny, we think it will be off the thing and just when he realizes more and more involved with me so, I stopped playing bass for a while and I was just singing. Then I stopped completely, I was working with transport and communication I attended college, but I think the music thing was already in the DNA and the first opportunity I band for the music production and events and as a result took the BSB Studios. Now the focal plane is another story, in fact, very little story to paper ... (Laughs), rather than talk, it is good to hear this band that is still remembered in circles of friends and musicians here in BSB as a reference in the progressive thing, classical, jazz fusion, an unusual aspect of the Rock Brasilia.

Brazil, their leaders, support the music with money, credit, sponsorship, finally addressing this issue entirely?

Henry Ignatius - The models we have today are being revised, reconfigured by MINC, Law Rounet here in Brasilia and the FAC have and are changing. Brazil still has much to advance the issue of culture and the funds deposited in this paradigm, which is essential to have a nation that truly values ​​the artist and his people. I see the issue of sponsorship / patronage with some appreciation, but I'm very careful to say that companies do have a cultural bias. Cultural Marketing is there to prove that the thing took a new direction for good or for evil. And how difficult it is to manufacturer and / or artist to get a sponsorship, is a daily battle, I know that much and I realize that old phrase that is increasingly true "Then the lion is dead, everyone turns hunter." All this added to the disunity of the class and the law of every man for himself., depicts the scene and also the artistic brasiliense national scene in a compromising and dangerous. Given the amount of pseudo-musical performances sponsored by the same companies often using and abusing of sameness and idiocies popular.

There is a union of producers, studio owners, they help each other or the market is carnivorous, eating the other one is?

Henry Ignatius - is as I said above, the law of the jungle apply our environment. With rare exceptions. But it was worse, now it seems that picture is changing, with increased spaces, nightclubs and the arrival of a new moçada that gave fuel to the music market brasiliense. I note with enthusiasm the movement to revitalize the music and realize that only with this spirit can make a difference and think about changing something.

What are your current plans as a producer and owner of a studio?

Henry Ignatius - I'm currently a project approved by PRONAC - Rounet Law and seeking sponsorship with several companies, banks, etc.. It reframed the project several times to participate in the selection of projects. As for the studio, he assumed the name Musical Agency in order to enforce what is in their social contract. Production, testing, recording and music events. I have found that the share of production has given me a good return and visibility. And I'm wanting to make a reform in the studio to make more room for musicians making better use of his area.

And the media supports the independent production of Brazilian music?

Henry Ignatius - is a serious case, some media are the cultural agenda and very short. In my opinion all TV's and radios should have a daily program aimed at culture in general, similar to what happens to the sport.

Give your view on the ECAD and the Order of the Musicians?

Henry Ignatius - ECAD is under investigation and the OMB just take a pencil skirt with the release of the musician to take his wallet. ECAD / OMB always struck me as a money sink, I am a friend of Sidney Sheikor the current president of the Order and I know he means well, even I have worked with and have worked, but the reality is that he took a large pineapple, desire luck and head to him, and since I know as a musician these authorities always seemed more interested in collecting than truly represent the artist.

Something was pending would like to put this interview?

Henry Ignatius - Thank you very much Anand, the opportunity to exchange ideas that can be the core of any future change and also be able to introduce readers to some of Brasilia Studios and our work. And who want to know more can email or visit the blog: brasiliaestudios@bol.com.br and http://brasiliaestudioss.blogspot.com

Wording
Music in Detail

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